20 de junho de 2013

apresentação 2013

apresentação 2013

25 de agosto de 2011

Convite - Catálogo


     

ALGUMAS DAS OBRAS APRESENTADAS NESTE CATÁLOGO PODERÃO VIR A SER SUBSTITUÍDAS PARA A EXPOSIÇÃO.

25 de julho de 2011

Omens sem H

Omens sem H




Espantam-se? Não se espantem. Lá chegaremos. No Brasil, pelo menos, já se escreve "umidade". Para facilitar? Não parece.



A Bahia, felizmente, mantém orgulhosa o seu H (sem o qual seria uma baía qualquer), Itamar Assumpção ainda não perdeu o P



e até Adriana Calcanhotto duplicou o T do nome porque fica bonito e porque sim. Isto de tirar e pôr letras não é bem como fazer lego, embora pareça.



Há uma poética na grafia que pode estragar-se com demasiadas lavagens a seco.



Por exemplo: no Brasil há dois diários que ostentam no título esta antiguidade: Jornal do Commercio.



Com duplo M, como o genial Drummond. Datam ambos dos anos 1820 e não actualizaram o nome até hoje.



Comércio vem do latim commercium e na primeira vaga simplificadora perdeu, como se sabe, um M.



Nivelando por baixo, temendo talvez que o povo ignaro não conseguisse nunca escrever como a minoria culta,



a língua portuguesa foi perdendo parte das suas raízes latinas. Outras línguas, obviamente atrasadas, viraram a cara à modernização.



É por isso que, hoje em dia, idiomas tão medievais quanto o inglês ou o francês consagram pharmacy e pharmacie



(do grego pharmakeia e do latim pharmacïa) em lugar de farmácia; ou commerce em vez de comércio.



O português tem andado, assim, satisfeito, a "limpar" acentos e consoantes espúrias.



Até à lavagem de 1990, a mais recente, que permite até ao mais analfabeto dos analfabetos escrever sem nenhum medo de errar.



Até porque, felicidade suprema, pode errar que ninguém nota.



"É positivo para as crianças", diz o iluminado Bechara, uma das inteligências que empunha, feliz, o facho do Acordo Ortográfico.



É verdade, as crianças, como ninguém se lembrou delas?



O que passarão as pobres crianças inglesas, francesas, holandesas, alemãs, italianas, espanholas, em países onde há tantas consoantes duplas, tremas e hífens?



A escrever summer, bibliographie, tappezzería, damnificar, mitteleuropäischen?



Já viram o que é ter de escrever Abschnitt für sonnenschirme nas praias em vez de "zona de chapéus de sol"?



Por isso é que nesses países com línguas tão complicadas (já para não falar na China, no Japão ou nas Arábias, valha-nos Deus)



as crianças sofrem tanto para escrever nas línguas maternas.



Portugal, lavador-mor de grafias antigas, dá agora primazia à fonética, pois, disse-o um dia outra das inteligências pró-Acordo,



"a oralidade precede a escrita". Se é assim, tirem o H a homem ou a humanidade que não faz falta nenhuma.



E escrevam Oliúde quando falarem de cinema. A etimologia foi uma invenção de loucos, tornemo- nos compulsivamente fonéticos.







Mas há mais: sabem que acabou o café-da-manhã? Agora é café da manhã. Pois é, as palavras compostas por justaposição (com hífens) são outro estorvo.



Por isso os "acordistas" advogam cor de rosa (sem hífens) em vez de cor-de-rosa.



Mas não pensaram, ó míseros, que há rosas de várias cores? Vermelhas? Amarelas? Brancas?



Até cu-de-judas deixou, para eles, de ser lugar remoto para ser o cu do próprio Judas, com caixa alta, assim mesmo.



Só omens sem H podem ter inventado isto, é garantido.







Por Nuno Pacheco



Jornalista



8 de abril de 2011

da FIARTE (v1)

video 1



Um convite para visitarem esta Feira Internacional de Arte
até 10 de Abril 2011 na Praça da Canção em Coimbra

25 de fevereiro de 2011

Para reflectir...




Uma publicidade que dá para pensar. A empresa que publicita é o 2º operador móvel da Tailândia


Para reflectir...  ...
Este é dos melhores vídeos/retrato da sociedade actual.
E chega-nos do Oriente.
Aqui vemos o que estamos a perder, e aquilo em que as novas gerações se estão a transformar...

Estão-se a abandonar os contactos pessoais, as sensações reais, pelo mundo virtual...

Mas ainda é possível mudar. É sempre possível. Basta querer.

 

M_

27 de novembro de 2010

convite


 
Esta exposição pode ser considerada como comemorativa de:
-  1º o regresso de Luís Maurício, que assim, ao fim de 14 anos de ausência, regressa a expor, honrando a Vila de Riachos com a sua presença e
em 2ºlugar, como uma comemoração simbólica dos 35 anos de actividade de Masofi que, com esta mostra, inicia a fase de dedicação às artes em exclusividade.

~
 
 A Exposição estará patente ao Público de 3 a 19 de Dezembro 
mais informações - mail: nucleoarteriachos@gmail.com
obrigado

~


Nota:
o "espectáculo de abertura" conta neste momento com as participações de:
- Masofi que irá dizer poesia
- Luís Maurício irá tocar viola e cantar
e...
- esperamos que alguns amigos a nós ainda se venham juntar ... só eles sabem!
 
 

26 de outubro de 2010

Poesia Visual

LIVRO A PUBLICAR no MÉXICO
Poesia Visual



Open publication - Free publishing - More visual

Edição artesanal
20 Exemplares


CONTENEDOR TRES

Tiraje: 20 piezas
Contenedor: Bolsa de cacahuates.
Contenido: Poesía visual/Impresión láser + 17 cacahuates.
Contenidos: Hilda Paz+Aura Moreno+Danko Herrera+Felipe Osornio Panini+Miguel Jiménez+Antonio Gómez+Gonzalo Gaviño Vidarte+Abraham Soriano+Lilia Azul Ramirez+Silvia Borghi+Mónica Goldstein+Jacobina De Rivera+Sociedad Anónima+Lola Lopez Cozar+Tonatiuh Trejo+Susana Munay+Julio Fernández Peláez+Mónica Vallejo+Julio Lamilla+Jarintzi Muñoz Calderón+Masofi+Alejandro Uribe
Edición: Manefusa

CONTENEDOR .Revista-objeto de poesía visual con tiraje artesanal. Publicación de la Factoría TACH. Cada número se publica según el ritmo propio que nos marque el formato del contenedor elegido. Estos contenedores poéticos son bolsas, envases estuches, sobres, cajas y empaques de diversos productos comerciales recolectados de la basura.
Intentamos que sea el mismo contenedor quien nos
dicte el guión para la poesía en turno y experimentar con un
tiraje que es limitado a la cantidad de contenedores que se logren reunir en el transcurso del proceso editorial. 

30 de setembro de 2009

Convite

EXPOSIÇÃO DE DESENHOS Torres Novas - Portugal de 1 a 31 Outubro 2009 Café-Pastelaria Portugal

4 de maio de 2009

PAPEL HIGIÉNICO de qualidade

Nestes tempos de crise... só faltava a vitamina E, para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos! Ó FALTA MESMO PAPEL HIGIÉNICO COM SABOR A HOLOTÚRIA Desculpem a linguagem (os textos são publicados tal como chegaram ...) A complexidade do Papel Higiénico!!! (C/ perfume) (S/ perfume) (Sensitive c/ vitamina E) Ao fazer compras no supermercado, fiquei palerma com a linha de papéis higiénicos Neve. Segundo o fabricante, Neve é um produto sofisticado, destinado às classes A e B... só se for A de Apaneleirado e B de Bicha (rabicho), pela quantidade de mariquices anunciadas, como o Neve Ultra, que já vem com algumas opções: /«alto relevo de flores, perfume e uma micro-textura»/que, segundo o texto da embalagem, proporciona aos seus felizes utilizadores /«a suavidade de uma pétala de rosa»/! Perguntar não ofende: alguém já limpou o cú com uma pétala de rosa? Depois, temos o Ultra Soft Color, mais caro é claro! De cor laranja vem com /«extracto de pêssego».../ como se o cú distinguisse a cor e sentisse o cheiro! Mas, o supra sumo é o Neve Ultra Protection, o top da linha. Este Rolls Royce dos papéis higiénicos, além de conter /«óleo de amêndoas»,/que garante /«maciez superior e um cuidado maior com a pele»,/ na sua delicada fórmula encontramos Vitamina E (!!!) Esta coisa de cagar e sair com o cu vitaminado é mesmo genial! Manda esta mensagem para os teus amigos de cú sensível... Eu já fiz a minha parte! E não adianta ficares de trombas porque eu também o recebi! texto enviado por: L.S.

14 de junho de 2008

A FESTA 2008 -programação-

Festa da Bênção do Gado 2008 -RIACHOS-torres novas-PORTUGAL- (texto e fotos extraídas do panfleto oficial da festa distribuído pela organização) site oficial da festa: http://www.bencaodogado.com – nota de apresentação – A Festa da Bênção do Gado retoma uma tradição rural cuja origem se perde na memória do tempo e revela a marca identificadora desta terra e destas gentes. No princípio do século XX esta festa ainda se realizava todos os anos, em honra de S. Silvestre, patrono dos campos e dos animais, tendo perdido a sua regularidade e passado a realizar-se apenas em ocasiões de excepção, para celebrar momentos altos da terra ou quando se juntavam vontades e oportunidades (1937, 1953, 1966, 1973, 1985 e 1993). A partir de 1966, a Festa da Bênção do Gado passa a integrar também a celebração do antiquíssimo culto do Senhor Jesus dos Lavradores, cuja Imagem, segundo a lenda, foi encontrada na Idade Média por um grupo de lavradores que andava a lavrar a terra com bois, os quais ajoelhavam no local onde estava enterrada. Esta Imagem encontra-se na Igreja de Santiago em Torres Novas de onde apenas sai por ocasião da Festa, sob a responsabilidade da Irmandade do Menino Deus. A Imagem é transportada para Riachos, onde é recebida por milhares de pessoas e levada em procissão para a Igreja de Santo António. Esta Irmandade, assim chamada por possuir uma imagem do Menino Deus, é constituída por 10 irmãos, que a tradição considera herdeiros dos achadores da imagem do Senhor Jesus, entre os quais se divide a sua guarda, ficando a mesma durante um ano em casa de cada um. Durante largos anos a Sociedade dos Cingeleiros, entidade de características mutualistas de apoio aos agricultores riachenses criadores de gado, foi a principal entidade responsável pelos festejos, mas a partir do ano 2000, com a criação da Bênção do Gado Associação Cultural, a Festa ganha uma periodicidade certa (de 4 em 4 anos). Entretanto, a Festa da Bênção do Gado evoluiu de uma festa de aldeia para uma das maiores e mais características festas da região, com um programa muito diversificado e em que o povo tem um papel fundamental na sua organização e realização. O ponto mais alto da Festa é o Cortejo da Bênção do Gado, que tem características essencialmente etnográficas e conta com a participação da população e em especial dos agricultores riachenses, que desfilam com os seus carros alegóricos e recebem a bênção divina. A arte do povo manifesta-se em várias actividades, mas especialmente no embelezamento das ruas, com destaque para os motivos rurais. Esta é uma Festa feita pelo povo e para o povo, que respeita as suas tradições e as suas raízes rurais. – destaques – Riachos, o Rio e as Gentes 18 Julho – 22 horas Reabertura do Cinema Olímpia 21 Julho – 19 horas Procissão do Menino Deus 24 Julho – 19 horas Procissão do Senhor Jesus dos Lavradores 25 Julho – 19 horas Corrida de Touros 26 Julho – 17,30 horas Cortejo da Bênção do Gado 27 Julho – 16 horas RIACHOS – TORRES NOVAS 17 A 27 de JULHO Tradição com Futuro! http://www.bencaodogado.com 17 JULHO QUINTA A FESTA DAS RUAS 21h30 > Adro da Igrejas e Ruas Espectáculo Abertura da Festa » Dança “O Tecedor de Sonhos” Coreografia de Marta Tomé » Kumpania Algazarra 18 JULHO SEXTA 18h00 > Ruas e Praça deTouros » Entrada de touros 19h00 > Recinto de espectáculos » Abertura das Tasquinhas 22h00 > Praça de Touros » Riachos, o Rio e as Gentes “Momentos da Vida Rural” 22h30 > Palco 2 » Xarepa Band 00h00 > Palco 1 » Fados de Coimbra 01h00 > Tascarte » M Pex 19 JULHO SÁBADO 09h00 > Ruas» Passeio de Vespas 09h30 > Ruas e Campo » Passeio a cavalo 10h00 » Workshop de Cine-Video 17h00 > Museu » Apresentação de livros da Festa » Artes & Ofícios Tradicionais 18h00 > Ruas » Gaiteiros da Lamarosa 19h00 > Ruas » Grande Prémio Atletismo Bênção do Gado NOITE DO FOLCLORE 21h30 > Palco 1 » Portugal a Cantar e Bailar Festival de Folclore Os Camponeses de Riachos 00h00 > Palco 2 » Cepa Torta 01h00 I Tascarte » Fol&Ar/baile folk 20 JULHO DOMINGO 09h00 > Ruas » Prova de columbofilia à antiga 09h00 > Ruas » Passeio de BTT (Trilh’arte - Rota dos Cingeleiros) 09h30 > Quintas Agrícolas » Caminhada das Quintas 10h00 > Junto Praça de Touros » Gincana de tractores 17h00 > Ruas » Bombos de Lavacolhos 18h00 > Av.16 Maio » Free Style (motos) NOITE DO TEJO 22h00 > Palco 1 » Pedro Barroso “A Alma do Tejo” 00h00 > Palco 2 » Lisboa não sejas Francesa 01h00 > Tascarte » Improvisos 21 JULHO SEGUNDA 19h00 > Cinema Olímpia » Cinema / documentários NOITE DA TRADIÇÃO 22h00 > Palco 1 » As Camponesas de Riachos » José dos Reis, Ana Cristina e Fátima » Os Gringos 22h00 > Recinto de Espectáculos » Baile Popular Sardinha assada 00h30 > Tascarte » Improvisos 00h30 > Ruas » Largada de Touros 22 JULHO TERÇA 19h00 I Cinema Olímpia » Cinema / documentários NOITE DE RIACHOS 22h00 > Palco 1 » Célia Barroca 23h00 > Palco 2 » Banda Filarmónica Riachense 22h30 > Quinta da Várzea » Estrel’arte Observação de Estrelas com Máximo Ferreira 00h00 > Tascarte » Improvisos 23 JULHO QUARTA 19h00 > Cinema Olímpia » Cinema / documentários NOITE DE FADO 22h00 > Palco 1 » Teresa Tapadas 00h00 > Tascarte » Ethan Dealer e Outros 00h30 > Ruas » Largada de Touros 24 JULHO QUINTA 19h00 > Ruas » Procissão do Menino Deus NOITE DA JUVENTUDE E DA CERVEJA 22h00 > Palco 2 » Sean Riley & The Slowriders 23h00 > Palco 1 » Wraygunn 00h30 > Palco2 » Português Suave » RJA » Xtigma 01h00 > Tascarte » Improvisos 25 JULHO SEXTA 19h00 > Ruas » Procissão do Senhor Jesus dos Lavradores 22h30 > Palco 1 » Mesa 00h00 > Palco 2 » fucked Up »Bota Abaixo 00h30 > Tascarte » Improvisos 01h00 > Ruas » Largada de Touros 26 JULHO SÁBADO 09h00 > Ruas e Campo» Passeio Todo-o-Terreno (carros) 09h00 > Casal das Flores » Lavoura Tradicional (Os bois no trabalho) 11h00 > Igreja » Via-sacra 15h00 > Muros » Pintura Mural / Grafit’arte 15h00 > Casal das Flores » Brinc’arte 16h00 > Igreja » Oração de Vésperas 17h30 > Praça de Touros » Corrida de Touros 18h00 > Ruas » Música na Rua 21h30 > Palco 2 » Fritz Kahn and The Miracles 22h30 > Palco 1 » Sérgio Godinho 00h00 > Tascarte » Music’arte 27 JULHO DOMINGO 11h30 > Igreja » Eucaristia Dominical 16h00 > Ruas » Cortejo da Bênção do Gado 22h00 > Palco 1 » Jorge Palma & Os Demitidos 00h00 » Encerramento 28 JULHO SEGUNDA 18h00 > Ruas » Devolução da Imagem do Senhor Jesus dos Lavradores Compre com antecedência e poupe muito dinheiro ENTRADAS PERMANENTES para todos os espectáculos musicais e tasquinhas Preço até 30 Junho – 17,50€ – Preço após 30 Junho – 20,00€ TASQUINHAS 18 A 27 DE JULHO Tocha – a partir das 19 horas EXPOSIÇÕES Artes Plásticas, Artesanato e Trabalhos Escolares na Rua dos Sargaços A ARTE DO POVO RUAS ENGALANADAS ESPECTÁCULO RIACHOS, O RIO E AS GENTES Momentos da Vida Rural Dia 18-22h00 Praça de Touros Preço até 30 Junho – 5,00€ Preço após 30 Junho – 6,00€ CORRIDA DE TOUROS Dia 26 – Sábado – 17,30h Bancada Sol 10,00€ até 30 Junho 12,50€ após 30 Junho Barreira Sol 12,50€ até 30 Junho 15,00€ após 30 Junho Bancada Sombra 15,00€ até 30 Junho 17,50€ após 30 Junho Barreira Sombra 17,50€ até 30 Junho 20,00€ após 30 Junho EXTRAIDO DE: BGADO2008-FolhetoA4a.indd 2 30 – Por: masofi de riachos http://www.masofi-01.spaces.live.com

23 de março de 2007

RIACHOS E AS SUAS ALCUNHAS

RIACHOS E AS SUAS ALCUNHAS Na tradição popular riachense está fortemente implantado o uso de alcunhas, ou apelidos, se assim lhes quisermos chamar. De tal forma que, ao proceder à sua recolha – por achar interessante este aspecto dos costumes da nossa gente – me surpreendeu o seu elevado número. A sua origem perde-se no tempo! Porém, a julgarmos pelas mais recentes, as que porventura ajudámos a criar, concluímos que quase sempre são motivadas por coisas sem importância, por pequenos nadas: um dito inoportuno ou um simples tique nervoso; porque se é gordo ou excessivamente magro, se tem mau feitio ou se é borracherão; porque se tem um defeito físico ou até pela cor da pele. Mas também, por acções que nada prestigiam aquele que as pratica. A verdade é que muitas vezes se é mais conhecido pela alcunha que pelo próprio nome. E se há quem não aceite com agrado, também há quem não a dispense e a use para melhor se identificar. Consta que um patrício nosso disse, com certa brejeirice, a alguém que, devendo dirigir-se a sua casa, não sabia bem onde ficava: – Quando chegar ao «Riachos» pergunte pelo mocho que não há lá mais nenhum! Sabendo-se que em Riachos ninguém ignora a base de malícia que aquela expressão contém, todos os riachenses a usam, de facto, com malícia, aquele homem assumia a sua alcunha com a maior naturalidade. Entendia, e bem, que as alcunhas só desprestigiam se quem as profere o faz maldosamente, com intenção de ofender o seu semelhante. Diga-se, de resto, que algumas assentam que nem uma luva. E quando assim é, propagam-se como o fogo; correm de boca em boca e não há quem as detenha. O melhor, então, é cada um acomodar-se à que lhe coube em sorte. Quanto mais a repelir mais ela se lhe agarra. E o povo, na sua sabedoria, diz que as alcunhas não carregam!... Mas já me alonguei, quando o queria era deixar aqui bem claro que, ao proceder à sua recolha, me não moveu a menor intenção de melindrar seja quem for. Algumas dessas alcunhas assentam em pessoas minhas amigas e até em familiares meus. As outras, TODAS, em pessoas que respeito. Penso que todos saberão entender que este hábito de alcunhas é um dos aspectos do nosso folclore, da nossa cultura. Mas, para os mais susceptíveis de melindre, aqui fica o pedido de sinceras desculpas.
1 Há gente que se desunha Só porque tem uma alcunha Mesmo que posta sem mal; Mas a alcunha é marcante E o nome, mesmo sonante, Ao pé dela nada vale!
2 E vejam bem este rol A Borrega, o Espanhol, O Velhoz, a Cauteleira, Manjerico, João Bucha, Taberna e Estrabucha, Toca a Caixa, Tamanqueira
3 Poupa, Panças e pão mole, O Laparito, o Linhol, Fada, Feio e Ferrador, Pipa, Petinga, Paloca, Anafil, Bilda, Patoca, O Alçamassa, o Actor.
4 Balsa, Besoiro e Bicho, Pé Leve, à Noite, Pilricho, Tanga, Toutiço, Tonicha, Santa Sério e Sérita, Ginja, Jóia, Palalita, Taretachota, Taricha. 5 Arganil e Alfaiata, Galego, Grilo e Gata, Couve Couxa, Carquejal, Beiça, Bruto, Bacalhau, Carulho, Cara de Pau, Meio-Litro, Natural.
6 Diabo e Marinhais, Mágoa, Mokuna, Nadais, Saramago, Sem Pescoço, Cara Suja e Carica, Balalaica, Neco, Bica, Quilhocas, Doutor Caroço.
7 Carrucho, Pincha, Craveiro, Esfola Gatos, Azeiteiro, Cica da Borra, Charela, Falifa, Fadango, Fole, Panela, Maduro, Sol, Perra, Policia, Varela.
8 Sapata, Severo, Micas, Servata, Saboga, Nicas, Borracho, Machorro, Rato, Mestre, Melro, Manelão, Zé Padre e Sacristão, Zé Chofer, Fala Barato. 9 Zé gordo, Zampa, Zibrina, Vila Verde, Vitamina, Arraia, Giga, Zezão, Rói Merda e Retornado, Lainço, Açorda, Passado, Ilha, Abóbora, Baião.
10 Marganiça, Maçacoco, Seda, Sujo e Recoco, Fado Novo, Farinheira, Bochecha, Bonga, Canhoto, Alho, Mija e Piloto, Lexívia e Lavandeira.
11 Reco-Teco, Carapuça, Perna-Atrás, Pedro Lambuça, Ruça, Razões e Caréu, Calento e Caralhana, Pé de Rodo e Parrana, Vaca, Vicio e Piréu.
12 Guerra, Pateta, Póquita, Laulila, Tirabolita, Toureiro e Periquito, Meta, Veloz e Canum, Bagaceiro e Capadito. 13 Cuca, Chicharo, Pistola, Coelha, Pancho, Parola, Brutamontes, Chuta, Coxo, Cambóia, Mouco, Doninha, Mal Casado, Trigolinha, Alcofa, Pinto e Mocho.
14 Girassol, Gancha, Feião, Pipi-Eléctrico, Ingrão, Penacha e Parvalhaça, Bichaneira e Branquinho, Bronze, Mona e Passarinho, Nino, Barrão, Caralhaça.
15 Verruga, Cimento Armado, O Alavanca, o Torrado, Sarra Cornos, Cheira Lata, Come Tudo, Chica Boa, Ti Luiso, Alagoa, Santo Antoninho, Batata.
16 El Rodriguito, Miola, O Sobe e Desce, o Chirola, Salabardo, Ventaneira, Verdade, Quinze, Gaiteiro, Marzia e Nevoeiro, Maconca e Macieira. 17 Grande, Airoso, Tentilhão, Gago, Mudança, Mação, Sapa, Tição, Zé Pincel, Fresca, Malóis e Boneca, Nossa Senhora, Careca, Lontro, Arroja e Pastel.
18 Morte Branca, Travadinha, Mata o Pai e Avezinha, Menino de Deus, Párrita, Pim-Pim, Veneno, Tambor, Esticadinho, Pastor, Champalimaud, e Paíta.
19 Pilha Galinha, Viola, Zé dos Macacos, Pichola, Tarruta, Casamenteira, Lisboa e Carguilenha, O Titilirute e o Nhenha, Forja, Peles, Brasileira.
20 Bago de Milho, Africano, Zé das Obras e Cigano, Zé Ruim, Ralo, Ti Tonho, Renana, Miga, Palmeta, Bota Abaixo, Rabaneta, Pé Torto, Pêra, Zé Gonho. 21 Lembel, Quimbrão e Lavada, Chibanga, Gato, Cagada, Zé Trinta, Xicão, Tosquinha, Kopa, Arego, Fura-Feno, Rabé, Pegacho, Sereno, Cicharro, Estoque, Galinha.
22 Vareta, Triste, Pirisca, Paneireiro e Petisca, O Concertina, o Moita, Seruga e Rés do Chão, Salitrosa, Narigão, Picha de Lata, Mosquita.
23 Vadio, Porrete, Actual, Marranconho, Carnaval, Chavelharia, Lapão, Pivete, Alcorriol, Alistar, Zé Bom, Macol, Vira Milho e Picão.
24 Cu da Mula e Gigante, Grincho, Tapada, Presante, Bate Estacas, Albardeira, Bonanza, Insiste, Pau Preto, Manha, Faísca, Gineto, Abrenúncio, Cascalheira. 25 Tubarão do Tejo e Bola, Zé Velho, Ameixa, Carola, Calça Arregaçada, Marquês, Piquinha e Sabichão, Catrino e Zé Mancão, Preta, Pachão e Inglês.
26 Talvez haja outras tantas, Mas ninguém sabe quantas Há ao certo por ai, Por ser já bonita a conta Dou a lista como pronta, Vamos ficar por aqui!... de: DIAMANTINO ALMEIDA http://masofi-01.spaces.live.com